Hoje, no telejornal, expuseram o nosso Primeiro Ministro perante o facto de ser recebido com descontentamento, este respondeu com desenvoltura, afirmando que era normal, e que não lhe trazia apreensão. Claro que é prefeitamente normal um líder ser alvo de descontentamento por parte da população, no entanto, um líder nao deve reagir com tal leviandade e arrogãncia perante esse mesmo descontentamento. Se o fizer, tal como o nosso Primeiro Ministro o fez, ou pelo menos aparentou, então estará a provar que não é o povo que está nos seus interesses mas sim ele próprio e quiçá alguns companheiros próximos.
Vivendo nós num dito sistema democrático, o que mais me perturba é a impotência do comum em se fazer ouvir. Isto leva-me então a crer que não vivemos uma verdadeira democracia, mas sim numa Monarquia. Uma Monarquia de curtas dinastias aonde ao invés de só haver uma hipótese de escolha, temos a maravilhosa oportunidade de escolher entre a merda e a trampa de x em x tempo.
Por exemplo, que posso eu fazer, quanto ao facto de na minha opinião o sistema da educação estar a ser esquartejado violentamente em detrimento de bons resultados e de uma mão de obra menos qualificada e menos exigente em termos de salarios ? Que posso eu fazer ao ver o sistema nacional de saúde ser destruído sanguinariamente devido a contas orçamentais ?
Bem, segundo o sistema actual poderia então após muito trabalho tentar chegar a uma posição de poder, agora a minha questão, é, se há tanta gente que tem boas intenções em relação ao país (de certo que há, eu próprio conheço algumas), como é possivel de termos sempre o azar de que quem quer que suba ao poder seja mais uma monte de merda putrefacta ? A única razão que se me apresenta é que algures neste processo laborioso da política para chegar ao poder, os bons e virtuosos sejam destrossados de modo que sejam sempre os demónios a terminar a corrida pelo poder.
Agora vejo o dizer de que a pena é mais forte que a espada por outros olhos. Pois prefiro morrer pelo fio da espada do que viver por este correr da pena. Este império construuído não pela força, mas pelo escrivanhar da pena, em mil e uma leis ambíguas e valores violados pela negra tinta. E se de facto existir um diabo, vós sois a sua vós e o seu arauto e, a Terra que pisamos é o seu lar.